Sobre a invenção do cotidiano em busca de uma vida menos ordinária. Crafts, vida de professora, livros, filhos e tal.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Fumar não é fofo.
Olha só o que encontrei em plena semana em que se celebra o Dia Mundial Anti-tabagismo: um cachorrinho de feltro para colocar fósforos e cigarros! Bizarro, mas é preciso, como dizem os historiadores, "considerar o contexto": o molde está em uma em uma enciclopédia de artesanato chamada Mãos de Ouro, que herdei de minha mãe. A publicação é da década de 60, tempos em que a preocupação com o tabagismo ainda não encontrava espaço. Sou da década de 70 e comprava cigarrinhos de chocolate na banca; entrei na faculdade de história em 1989 e a sala de aula era um fumacê só: alunos e professores fumavam o tempo todo - foi ali que comecei minha curta carreira de fumante, tragando com dificuldade mas fazendo minha cara mais cool. Fumar estava associado a ser livre, sexy, inteligente...agora, nunca me ocorreu associar cigarro a bichinhos de feltro em uma publicação semanal feita principalmente para mães. Sem discursar, fico feliz em saber que hoje um pouco mais de bom senso tenta proteger as crianças do cigarro com a regulamentação da publicidade, e lamento pelo destino do pobre cachorrinho da foto, feito para ser fofo e promover os cigarros dentro do ambiente familiar e aconchegante que impera nesta enciclopédia.
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Há alguns meses atrás também ganhei várias revistas Mãos de Ouro que pertenceram à mãe de um amigo, e dentre elas estava essa edição com esse cachorrinho. Lembro-me de ter ficado tão espantada quanto você, mas o fato é que até a década de 80 pelo menos fumar era considerado glamouroso. Acabei me lembrando agora das propagandas da Malboro, lindas mesmo. Pena que era para vender algo tão maléfico. Bjs, Karina.
ResponderExcluirKarina, eles caprichavam mesmo. Lembro do quanto eu achava o máximo o estilo de quem fumava Free só pelas propagandas. Sabiam bem o que estavam fazendo.
ResponderExcluirBjo
KKKKKK Eu me lembro disso! Minha mãe tem essa coleção, encadernada! A gente nem se chocava, né? Era tão comum!
ResponderExcluirBeijo
Helena