terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Olha quantas bonecas para as crianças de Pinheirinho!



Vou contar mais sobre a entrega da primeira remessa de bonecas que chegaram de todo o Brasil!! Esta foto minha amiga Marília fez na véspera da entrega quando reunimos tudo em seu apartamento...precisamos encher o sofá duas vezes para dar conta de fotografar as 230 bonecas! Obrigada pessoal! As crianças amaram...e não vamos parar não, ainda há tempode você fazer e doar a sua!!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Bonecas para alegrar as crianças de Pinheirinho: A primeira remessa foi entregue!


A entrega da primeira leva de bonecas para as crianças de Pinheirinho foi mágica.
As bonecas chegaram às crianças no sábado. Eu iria leva-las ao abrigo Vale do Sol, mas na véspera soubemos que este abrigo seria desmontado; esperamos até que todos fossem levados para o agora único abrigo, Morumbi e fossem "acomodados".
A situação lá é de dar nó na gatganta: os moradores que recebem o auxílio aluguel são obrigados a deixar os abrigos,então sem poder alugar nada- pois o valor e ínfimo e eles não tem fiador- acabam comprando barracas, alugando garagens,morando empilhados, indo para as cidades vizinhas...os que ainda estão em abrigos não têm nada...nada: Poucas referências na cidade para pedir ajuda, parentes distantes, nem dinheiro pois muitos perderam empregos...agora estão em um único abrigo NOJENTO e sob a constante ameaça de serem novamente despejados deste para um albergue de indigentes.
Chegamos no abrigo às 18horas com 230 bonecos, mas haviam cerca de 180 crianças e adolescentes...o clima lá era nervoso, rolava uma enorme tensão entre os que chegaram do Vale do Sol e os que já estavam no Morumbi pois todos precisam se rearanjar no espaço e isso, mais o desgaste, o nervosismo, a privação, o calor: calcule...estão em frangalhos.
Mas as crianças resistem e brincam apesar de tudo...
Foi uma emoção atrás da outra, muitas histórias para contar...e vou contando aqui aos poucos. Importa saber por ora é que este gesto simples de levar um boneco fez um pouco mais feliz cada um que naquele dia recebeu um abraço de um brinquedo de pano. E continuamos a coletar bonecos e bichinhos para estender o carinho às criança que já fora do abrigo tentam recomeçar a vida com suas famílias.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Minha Singer, Minha História": eu ganhei!


Universo, me belisca...eu ganhei mesmo? A Singer Brasil comemorou 160 anos com um concurso no qual pedia para conhecer "histórias de vida em que a máquina de costura ajudou a bordar os caminhos das pessoas" como bem falou meu amigo Luiz Cláudio Lins. Mandei -nos últimos dez minutos do último dia da última etapa- uma versão mais completa de um texto que eu já havia publicado aqui no blog contando minha vida com Singer...e ganhei! Alegria demais, demais...A Singer me deu uma máquina maravilhosa. Quem me conhece sabe que costuro na Super zig zag da década de 60 que a Betinha me emprestou...então, nem tenho como falar da minha gratidão à sorte, aos meus pais pelo exemplo e à Singer. Gratidão ♥
O texto:

Trabalhar com o coração

Caçula de uma família numerosa, cresci vendo meus pais trabalharem com o coração – e as tripas!- em numerosas atividades: além do emprego formal de meu pai em um almoxarifado de empresa, ele e minha mãe inventavam cotidianamente formas de ampliar a renda, saindo de madrugada numa lambretinha para buscar jornais para o dono de uma banca de revista, fazendo pão caseiro para a vizinhança, lavando copos no estádio do Atlético em dia de jogo... sem dramas, sem traumas, sem achar que era demais. E com leveza no trabalho duro eram passados os dias, os filhos participando de tudo, ajudando, e eu a caçulíssima, pelas bordas assistindo este teatro de fazer e ganhar, de cansar e dormir, de acabar e recomeçar.
Mas de todas as modas inventadas para ganhar um a mais a cada mês, era ao pé da Singer que eu assistia as maiores mágicas acontecerem: cortinas, aventais, vestidos e eventuais guarda-pós em encomendas enormes para alguma “firma” iam se formando diante dos olhos, e gerando aqueles resíduos que são tudo para uma imaginação de criança: pedaços de fio, restos de tecido, botões quebrados. Era, sobretudo, este resto do trabalho que me atraía. Em algumas ocasiões os fiozinhos saiam conosco de casa, pendurados em nossos casacos e cabelos, ou se espalhavam por toda a pequena casa, não obstante o desvelo de minha mãe e sua vassoura, tentando manter a ordem. “Viver deixa fiapos”, dizia meu pai com aquele sotaque nordestino que mesmo depois de 30 anos de migração ao sul ainda persistia. E eu achava graça, sem entender direito a idéia de transformação e movimento inserida nesta frase.
A sociedade de meus pais no grande empreendimento de sobreviver e criar os filhos era de uma sintonia admirável, ele riscava e cortava os moldes, ela montava e costurava as peças. Os filhos embalavam, cortavam os fiozinhos, pregavam botões. Menos eu, sempre poupada a contragosto, pois queria fazer parte da mágica também. – Não, você é muito pequena e além do mais não quero isso para você. Você vai é ser doutora e não terá que passar horas em cima de uma máquina de costura para viver. Então só me restava olhar e sonhar com uma Singer só pra mim...
O empenho resultou em casa própria, uma Brasília 79, todos os filhos criados e crescidos na ética do trabalho. Nenhum de nós precisando passar horas sobre a máquina de costura para viver...mas nem tudo se dá nesta vida pela ordem da necessidade, há ainda a vontade, pura e simples.
Movida simplesmente pela vontade me vi, já adulta tentando aprender a costurar na velha Singer Super-zig-zag que tomei emprestada de uma amiga. Queria aprender pelo prazer de saber fazer, pela vontade de gerar fiapos em minha própria casa e de torná-la um lar de trabalho e calor. Aprendi no ano passado a costurar timidamente: os vieses tortos, as barras irregulares; para que pouco a pouco as peças começassem a ficar bonitas.
Quando na volta de minha licença maternidade perdi um emprego excelente (no qual eu também punha o coração) tomei uma decisão radical: viveria 2010 de maneira econômica usando meu FGTS para poder estar em casa com meu filho, estudaria para finalmente realizar o presságio de meu pai e fazer o doutorado e transformaria o hobby da costura em uma forma alternativa de renda. E assim foi: com leveza, sem dramas, sem achar que era demais reinventei meu cotidiano, passei na seleção do doutorado, costurei com meu bebê ao lado - brincando sobre o quilt que eu fiz para ele, participei com todo orgulho de minha primeira feira de artesanato, tendo como ajudantes minhas duas filhas mais velhas...enfim, me vi naquela música ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais- e posso dizer: ainda bem que sim.
Hoje a Singer me ajuda novamente a encontrar o amor e a humanidade em meio às demandas do mundo: agora nós duas, eu e ela, com a ajuda de mais muitas artesãs conseguimos unir 150 pessoas em uma corrente de amor e costura, fazendo bonecas pelas crianças de Pinheirinho. De novo, trabalhando com o coração. Olha aqui: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1224091&tit=Bonecas-feitas-a-mao-para-criancas-de-ocupacao-de-SP

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ainda dá tempo de ajudar! Bonecas para as crianças de Pinheirinho, missão Páscoa!



Olha estes naninhas que a Alessandra "Delicale" Matos fez para os bebês expulsos de casa com seus pais em Pinheirinho...que carinho, que capricho, que demonstração de amor, não? Se você também tem vontade de ajudar, mesmo que seja com uma única boneca, naninha, bichinho ainda dá tempo!Dá sim! Estamos planejando enviar um primeiro lote com as bonecas que chegarem até o dia 20 de fevereiro. Depois recomeçamos um outro lote para entregarmos na Páscoa, então dá tempo ainda de fazer muita lindeza. Quem quiser aproveitar o feriado para fazer uma boneca para uma criança de Pinheirinho pode se basear em seus próprios moldes ou nestas sugestões aqui:

Molde e passo a passo da boneca Original: Dolly Donattions


Monstro revoluzza:

Coelho Revoluzza:

Outro molde de boneca fácil, compartilhado pela Maripê mas atenção precisa aumentar 150%, ok?

Coruja (Owl Cushion tutorial)

Outro monstrinho fofo!

Depois me mande um email: acascadacigarra@yahoo.com.br e eu passo o endereço para envio da boneca, boneco ou bichinho, feito? Obrigada, precisamos de toda a juda possível!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Bonecas sem Fronteiras espalhando afeto por aí


O movimento cresce...muitas pessoas aderindo e perguntando de que forma ajudar às crianças da comunidade de Pinheirinho, que estão vivendo um dos episódios mais sórdidos, violentos e desumanos da história recente do país. Juristas do Brasil inteiro, a ONU, jornalistas, professores e pessoas do bem em geral estão ainda indignados ante às ações do governo de São Paulo que passou o trator por cima da vida de 6 mil pessoas em favor de um especulador desonesto. Nossa parte estamos fazendo ao levar conforto na forma de bonecas de pano para algumas das crianças que agora se abrigam em ginásios imundos. E nosso grupo que começou com cinco pessoas agora tem, no facebook, 149 participantes, mais a ajuda de gente que não está no facebook mas nos contata por e-mail ou nos blogs das envolvidas!Na foto A contribuição linda da Ana Tuyama não me deixa mentir.
A ONG americana que nos inspirou, DOlly Donattions, está junto conosco agora, convocando a ajuda de crafters do mundo todo!Olha que lindo!
E hoje A Gazeta do Povo, um jornal aqui do Paraná divulgou o nosso trabalho nesta matéria!
Com isso esperamos receber mais gente disposta a se doar, fazendo a mão e com afeto uma boneca para uma criança que deve estar duvidando da bondade hoje. Vem!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Por que fazermos bonecas negras e pardas?



Olha o que diz Nina Veiga, especialista em bonecas Waldorf:
"O papel da boneca étnica, negra e parda, é de grande importância para a valorização da auto-estima e do reconhecimento da identidade afro-brasileira das crianças, tanto na família e na sociedade quanto na escola. A criança negra ou parda deve ter "a sua boneca" como seu espelho, onde se reflete sua anatomia e suas características étnicas. Ela também deve ter bonecas de etnias diferentes da sua para aprender a amar e a conviver com as diferenças. Através da identificação étnica com a boneca, a criança pode fortalecer sua identidade, aprender a valorizar a si e aos seus semelhantes e reconhecer, para toda a vida, suas raízes, livre de preconceitos ou estereótipos. Crianças que, no brincar livre, têm a oportunidade de aprender a conviver com a diversidade social tornam-se adultos mais preparados para a vida em sociedade."
Agora veja só o quanto a primazia da bonequinha sempre loira é influente nas ideias que a criança faz sobre si mesma. Chocante.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sobre meninos e Bonecas


Muitas pessoas tem perguntado se não deveríamos, ao invés de fazer bonecos e bichinhos para os meninos de Pinheirinho, comprar uma bola. Bem, aqui uma explicação inspirada na Pedagogia Waldorf sobre porque meninos brincando de bonecas.
"O brincar com bonecas tem uma importância especial para os meninos. Todo menino deve ter "o seu boneco" que o acompanhe em todos os seus momentos, no brincar, no consolo de suas tristezas e nas suas alegrias. O menino não estabelece esse relacionamento com uma bola ou um carrinho. Além disso, quando o pai presenteia o filho com um boneco, colabora para a quebra de estereótipos que podem atrapalhar a criança em suas relações sociais e familiares quando adulto. Ao brincar com seu de boneco, o menino amplia sua possibilidade de se tornar um ser humano mais completo e amoroso." por Nina Veiga

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Continuamos crescendo! Bonecas sem Fronteiras agora é internacional


Pessoal, precisamos agradecer muito a todas as pessoas que se envolveram nesta nossa empreitada de fazer bonecas e bichinhos para as crianças de Pinheirinho. É mesmo bonito ver as pessoas doando seu tempo em prol do outro. Tenho pensado muito na situação dos pequenos que estão nos abrigos (ginásios, escolas...) mal acomodados, sem acesso às condições de higiene e ainda por cima neste calor horrível...uma boneca não vai resolver isso, mas levará nossa mensagem de carinho e de respeito à infância que foi ignorada em seus direitos em nome de uma justiça que funciona enviesada, eu acho.
Recebemos agora o reforço carinhoso de nossa "MUSA": Sarah, a criadora da ONG estados unidense DollY DOnattions, que inspirou nosso projeto entrou na campanha e convocou costureiras DO MUNDO TODO a nos ajudarem, pois são mais de mil crianças em abrigos. Vejam que lindo o post♥. Na foto principal do post o lindo grupo de apoio que formamos aqui em Curitiba, com amigas, vizinhas e parentes costurando juntas no último sábado. Olha quanta coisa a gente fez:

Você quer ajudar? Veja instruções e moldes aqui: MOLDE INSTRUÇÕES
Depois mande um e-mail para acascadacigarra@yahoo.com.br e eu repasso o endereço para envio das bonecas. Se preferir faça a boneca com seu molde, faça de crochê, de tricô, como saiba...precisamos de toda a ajuda possível.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A magica está acontecendo! Bonecas chegando de todo lado!


Estamos super contentes com a adesão das pessoas ao projeto Bonecas para as crianças de Pinheirinho. Para quem não sabe a comunidade de Pinheirinho em São José dos Campos, foi retirada de suas casas numa ação que a própria ONU classificou como violenta e frontalmente contra os direitos humanos. Entre os moradores que agora se alojam em escola e ginásios, muitas crianças assustadas e tristes por perderem as referências de lar que tinham. Pensando em ajudar um pouco convidamos artesãs para que confeccionassem bonecas e bichinhos para enviarmos a estes meninos e meninas, a exemplo do que o pessoal da Dolly Donattions faz. Para nossa surpresa e contentamento muita gente aderiu e quis ajudar, e a propria Sarah do Dolly Donattions entrou em contato comigo para oferecer apoio! Olha só algumas das fotos que chegaram! Coisa linda a solidariedade das pessoas! Quer participar? Veja como aqui.








Para o alto e avante!!

  No último post eu contei dos dias difíceis, de decepções, contenções, cortes e fim de ciclos confortáveis. Falei também de espera e resili...