sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tudo que sobe deve convergir




Flannery O'Connor...pense numa vida que tinha tudo para ser limitada: nascer mulher no tradicional "cinturão bíblico" no sul dos Estados Unidos em 1925; ser filha única de um casal católico fervoroso; morar em uma fazenda a vida toda; perder o pai aos 15 anos para um Lupus; usar óculos fundo de garrafa e, posteriormente, uma bengala; ser, aos 25 anos, diagnosticada com a mesma doença que vitimou seu pai; viver até o fim de seus dias com a mãe; morrer, supostamente virgem, aos 39 anos. Com tudo isso não há desculpas para o gênio e estou completamente estarrecida com os seus contos. Ganhei o livro com os contos completos e devoro um atrás do outro, petrificada com tanto talento. Os meus três contos favoritos: O Peru, O Trem, Gente boa da roça. Mas não se iluda com os títulos singelos e nem espere amenidades, a vida foi dura com Flannery e ela, com uma sarcática naturalidade, parece não ter nada a perder ao deixar isso claro em seus contos.

2 comentários:

  1. Déia,
    Agradeço imensamente o comentário. Não sei você achou uma exagero da minha parte, mas é que a carência muitas vezes acaba extrapolando e os meus dedos vão fazendo ela transparecer. Eu adorei o saquinho que fizeste para os brinquedos de seu filho e também por me apresentar a autora acima. Gosto de ler sobre a vida de mulheres que apareceram para o mundo. Um beijo, Karina.

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  2. Karina, achei foi uma graça seu humor em meio a uma queixazinha que é de todo blogueiro! Não foi nada de exagero, ainda que tenhamos o direito de fazer um drama de vez em quando, afinal somos as donas da palavra neste pequeno espaço de liberdade que é um blog. O saquinho veio daquela sua indicação de blog. Obrigada de novo.
    Um beijão

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